quarta-feira, 19 de março de 2014

Como surgiu a expressão Tchê!
Sotaques e regionalismos na hora de falar são conhecidos desde os tempos de Jesus. Todos na casa do sumo sacerdote reconheceram Pedro como discípulo de Jesus pelo seu Jeito "Galileu" de se expressar.
No Brasil também existem muitos regionalismos. Quem já não ouviu um gaúcho dizer: "Barbaridade, Tchê"? Ou de modo mais abreviado "bah, Tchê"?
Essa expressão, própria dos irmãos do sul, tem um significado muito curioso.
Para conhecê-lo, é preciso falar um pouquinho do espanhol, dos quais os gaúchos herdaram seu "Tchê".
Há muitos anos, antes da descoberta do Brasil, o latim marcava acentuada presença nas línguas européias como o francês, espanhol e o português. Além disso o fervor religioso era muito grande entre a população mais simples.
Por essa razão, a linguagem falada no dia, era dominada por expressões religiosas como: "vá com Deus", "queira Deus que isso aconteça", "juro pelo céu que estou falando a verdade" e assim por diante.
Uma forma comum das pessoas se referirem a outra era usando interjeições também religiosas como: "Ô criatura de Deus, por que você fez isso"? Ou "menino do céu, onde você pensa que vai"? Muita gente especialmente no interior ainda fala desse jeito.
Os espanhóis preferiam abreviar algumas dessas interjeições e, ao invés de exclamar"gente do céu", falavam apenas Che! (se lê Tchê) que era uma abreviatura da palavra caelestis (se lê tchelestis) e significa do céu. Eles usavam essa expressão para expressar espanto, admiração, susto. Era talvez uma forma de apelar a Deus na hora do sufoco. Mas também serviam dela para chamar pessoas ou animais.
Com a descoberta da América, os espanhóis trouxeram essa expressão para as colônias latino-americanas. Aí os Gaúchos, que eram vizinhos dos argentinos e uruguaios acabaram importando para a sua forma de falar.
Portanto exclamar "Tchê" ao se referir a alguém significa considerá-lo
alguém "do céu". Que bom seria se todos nos tratássemos assim. Considerando uns aos outros como gente do céu.
Um abraço aos meus Tchês!
Certa vez ouvindo um programa tradicionalista, que tem todos os domingos pela manhã na rádio Gaúcha (recomendo), ouvi um outro relato sobre a expressão Tchê: Segundo o narrador,  a expressão Tchê pronunciada pelo Gaúcho é a maior e melhor expressão de carinho e admiração de um Gaúcho para com o seu semelhante. Seria o mesmo que tratar o outro como meu amigo ou meu irmão do coração!! Portanto quando te tratarem por Tchê não te sintas ofendido. Sinta-se extremamente prestigiado por quem te trata dessa forma!!
Um abraço.



Caridade Integral


À questão 893, de O Livro dos Espíritos, Kardec indagava aos luminares espirituais qual seria a mais meritória das virtudes; ao que os espíritos responderam ser aquela que nasce da mais desinteressada caridade.
Habitualmente, quando falamos em caridade, pensamos em assistência material, muito embora não seja somente esse o seu significado como verá. E ao falarmos em caridade material, lembramo-nos de sua mais elementar manifestação, que é a esmola, que, a propósito, foi alvo da questão 888, daquela mesma obra, em que Kardec assim questionava:

Que se deve pensar da esmola?
“Condenando-se a pedir esmola, o homem se degrada física e moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseie na lei de Deus e na justiça deve prover a vida do fraco, sem que haja para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa-vontade de alguns.”
Diante de tão incisiva resposta, o Codificador acrescentava (888-a):
Dar-se-á reproveis a esmola?
“Não; o que merece reprovação não é a esmola, mas a maneira por que habitualmente é dada”. O homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão.
E complementam:
“... Nem sempre o mais necessitado é o que pede. O temor de uma humilhação detém o verdadeiro pobre, que muita vez sofre sem se queixar. A esse é que o homem verdadeiramente humano sabe ir procurar, sem ostentação”.

Uma vez, então, indo ao encontro daquele que necessita “sem que haja para ele humilhação”, por que meio podemos avaliar se estamos de fato praticando uma caridade satisfatória?
Na passagem evangélica intitulada “A oferta da viúva pobre” (Mc 12: 41 a 44), já exaustivamente estudada, Jesus nos demonstrou que a importância da caridade material não se avalia pela quantia que se dá, mas, sim, pelo sentimento de desprendimento com que se dá — pode-se dar muito ou pouco, com muito ou pouco amor.

Entretanto, importa ressaltar que a distribuição indiscriminada de recursos nem sempre resulta na prática da caridade responsável.

A esse respeito, Kardec, à questão 896, também da primeira obra basilar, indagava:
“Há pessoas desinteressadas, mas sem discernimento, que prodigalizam seus haveres sem utilidade real, por lhes não saberem dar emprego criterioso. Têm algum merecimento essas pessoas?”
Tendo obtido a seguinte elucidação:
“Têm o do desinteresse, porém não o do bem que poderiam fazer. O desinteresse é uma virtude, mas a prodigalidade irrefletida constitui sempre, pelo menos, falta de juízo. A riqueza, assim como não é dada a uns para ser aferrolhada num cofre forte, também não o é a outros para ser dispersada ao vento. Representa um depósito de que uns e outros terão de prestar contas, porque terão de responder por todo o bem que podiam fazer e não fizeram, por todas as lágrimas que podiam ter estancado com o dinheiro que deram aos que dele não precisavam.”

Por extensão de raciocínio, se, em sã consciência, entregarmos certo recurso financeiro nas mãos de quem dele se utilizará de maneira irresponsável, para alimentar vícios ou excessos de qualquer ordem, certamente estaremos contribuindo para a queda de alguém; e contribuir para a queda de alguém jamais será considerado um ato de caridade.

Por outro lado, sem reduzir em momento algum a importância da caridade material, os Espíritos, à questão 886, novamente da primeira obra básica, nos afirmam, peremptoriamente, que o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus, se traduz por benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias e perdão das ofensas. Eis aí a caridade moral, que também deve ser exercida sempre que possível, mas, também, mediante certas precauções.
Oportunamente, recordamo-nos de um episódio relatado pelo Espírito André Luiz, no capítulo 31, de sua obra intitulada Nosso Lar, psicografada por Chico Xavier, em que a questão da responsabilidade no exercício da caridade nos foi exemplificada de modo bastante significativo.
Encontravam-se André Luiz e Narcisa em Nosso Lar, quando uma figura de mulher se aproxima de um dos acessos daquela colônia implorando por socorro, em lamentável condição espiritual. Imediatamente o Vigilante-Chefe é convocado, e, ao examinar atentamente a recém-chegada das regiões umbralinas, afirma que, naquele momento, a triste criatura não poderia receber o socorro desejado. Confessando-se escandalizado, como muito provavelmente nós mesmos nos mostraríamos, André Luiz indaga se não seria faltar aos deveres cristãos abandonar aquela sofredora à própria sorte; ao que o responsável pela segurança aduz que assim agira por haver detectado cinquenta e oito pontos escuros que maculavam o períspirito daquela entidade, e que correspondiam a exatamente cinquenta e oito crianças por ela assassinadas ao nascerem, umas por golpes esmagadores, outras por asfixia.
Ao ser cientificada sobre o motivo que lhe impedia a entrada, a desafortunada criatura, antes aparentemente humilde, toma-se de cólera, passando a dirigir palavras extremamente agressivas ao seu interlocutor, demonstrando o seu verdadeiro estado de espírito.
Dando curso à valiosa lição, o Vigilante-Chefe afirma que, caso a infeliz entidade lograsse acesso àquela paragem de refazimento, certamente levaria extrema desarmonia a todos quantos ali se encontravam. E concluiu asseverando: “...a infeliz será atendida alhures pela Bondade Divina, mas, por princípio de caridade legítima, na posição em que me encontro, não lhe poderia abrir nossas portas.” (grifei)

Percebemos, pelo exposto, que, muitas vezes, a caridade se cumpre de maneira efetiva quando dizemos não, pois que, assim, estaremos propiciando àquele que erra, uma oportunidade para que, através do tempo e do esforço íntimo, possa avaliar toda a amplitude das consequências de seus atos.
A realidade é que a vida nos acena constantemente com as mais variadas possibilidades de atuação no campo da caridade.

Assim, ela estará presente no amparo material, através do pão que alimenta; da água que mata a sede; do abrigo que acolhe; do agasalho que ameniza o frio ou do recurso financeiro que suaviza a penúria—é a caridade material.

Senti-la-emos sendo elaborada na intimidade do ser, através das ondas mentais que emitirmos sob a forma do perdão silencioso que enobrece; da prece íntima que revigora ou do amor verdadeiro que liberta; são atitudes mentais salutares que, em primeiro lugar, nos favorecem, e, lançadas no espaço, certamente beneficiarão todos a quem se dirijam, encarnados ou desencarnados - é a caridade mental.

Far-se-á vibrante através das palavras que enunciemos; muitas são as tragédias íntimas e coletivas que a cada dia podemos evitar pela palavra que, quando sábia, orienta e edifica; quando suave, sufoca o pranto; quando indulgente, atenua a culpa; quando consoladora, dissipa o sofrimento; quando plena de amor, rompe o ódio ou quando em forma de oração, nos aproxima de Deus - é a caridade verbal.

Mas se pela palavra somos caridosos, também o podemos ser quando silenciamos ante uma ofensa desatada pelo desequilíbrio ou emudecemos para ouvir um desabafo de quem por tantas vezes não encontrou quem o fizesse - é acaridade passiva.

E, por estarmos encarnados, nosso corpo também se servirá à fraternidade, através do amplexo comovido que transfunde energia; do afago paternal que envolve uma criança; de um beijo carinhoso que aproxima as almas ou de um simples aperto de mão que faz brotar o sorriso num rosto antes amargurado - é a caridade gestual.

E se Deus nos concedeu, em qualquer grau ou modalidade, a ferramenta da mediunidade, como recurso precioso de auxílio a encarnados e desencarnados, estaremos aptos a praticar a solidariedade através das faculdades mediúnicas de que dispusermos - é a caridade mediúnica.

Só nos resta, então, porfiar nos caminhos que nos levam à eliminação lenta e gradual do orgulho e do egoísmo, o que somente se fará possível através da prática da caridade, em suas múltiplas e divinas manifestações, pois que, fora dela, conforme estatui a máxima eternizada pelo Espiritismo, não há salvação; salvação essa que representa para nós, espíritas, a inevitável purificação espiritual — única finalidade de nossas sucessivas existências.

Referência bibliográficas: 

1) O Livro dos Espíritos-Edição FEB (questões 886, 888, 893 e 896)
2) Novo Testamento-(Evangelho de Marcos, cap. 12, v. 41 a 44). Tradução: João Ferrreira de Almeida
(Artigo originalmente publicado na Revista Internacional de Espiritismo, Ano LXXVI, no 10, Novembro de 2001


Transição Planetária
 “A população terrestre alcança a passos largos o expressivo número de sete bilhões de seres reencarnados simultaneamente, disputando a oportunidade da evolução...
 Embora as grandes aquisições do conhecimento tecnológico e dos avanços da ciência na sua multiplicidade de áreas, nestes dias conturbados os valores transcendentes não têm recebido a necessária consideração dos estudiosos que se dedicam à análise e à promoção dos recursos humanos, vivendo mais preocupados com as técnicas do que com o comportamento moral, que é de suma importância. Por isso, a herança que se transfere para as gerações novas que ora habitam o planeta diz mais respeito à ganância, ao prazer dos sentidos físicos, à conquista de espaço de qualquer maneira, dando lugar à violência e à desordem...
 Têm ocupado lugar o materialismo e o utilitarismo, contexto em que muitos se comprazem distantes da solidariedade, da compaixão e dos espíritos fraternal, ante a dificuldade da real vivência do amor, conforme ensinado e vivido por Jesus.
 Os indivíduos parecem anestesiados em relação aos tesouros da alma, com as exceções compreensíveis.
 Felizmente, o fim do mundo de que falam as profecias refere-se àquele de natureza moral, com a ocorrência natural de sucessos trágicos que arrebatarão comunidades, facultando a renovação, que a ausência do amor não consegue lograr como seria de desejar...

Esses fenômenos não se encontram programados para tal ou qual período, num fatalismo aterrador como muitos que ignoram a extensão do amor de Nosso Pai divulgam, mas para um largo período de transformações, adaptações, acontecimentos favoráveis à vigência da ordem e da solidariedade entre todos os seres.
É compreensível, portanto, que a ocorrência mais grave esteja, de certo modo, a depender do livre-arbítrio das próprias criaturas humanas, cuja conduta poderá apressar ou retardar a sua constituição, suavizando-a ou agravando-a...
Se as mentes, ao invés do egoísmo, da insensatez e da perversidade, emitissem ondas de bondade e de compaixão, de amor e de misericórdia, certamente o panorama na Terra seria outro.
Compreendendo-se a transitoriedade da experiência física, no futuro a psicosfera do planeta será muito diferente porque as emissões do pensamento alterarão as faixas vibratórias atuais que contribuirão para a harmonia de todos e para o aproveitamento do tempo disponível.
O amor de Nosso Pai e a ternura de Jesus para com o Seu rebanho diminuirão a gravidade dos acontecimentos, mediante também a compaixão e a misericórdia, embora a severidade da lei do progresso.
Todos nos encontramos, desencarnados e encarnados, comprometidos com o programa da transição planetária para melhor. Por essa razão, todos devemos empenhar-nos no trabalho de transformação moral interior, envolvendo-nos em luz, de modo que nenhuma treva possa causar-nos transtorno ou levar-nos a dificultar a marcha da evolução.
Certamente, os espíritos fixados nas paixões degradantes sintonizarão com ondas vibratórias próprias a mundos inferiores, para eles transferindo-se por sintonia, onde se tornarão trabalhadores positivos pelos recursos que já possuem em relação a essas regiões atrasadas nas quais aprenderão as lições da humildade e do bem proceder. Tudo se encadeia nas leis divinas, nunca faltando recursos superiores para o desenvolvimento moral do espírito.
Nesse imenso processo de transformação molecular até a conquista da angelitude, há vários meios propiciatórios para o crescimento intelecto-moral, sem as graves injunções desagradáveis. Todos esses meios, entretanto, têm como base o amor e o trabalho.
Assim, a divulgação do Espiritismo é de fundamental importância por demonstrar a todos a imortalidade, a justiça divina, a mediunidade, os mecanismos de valorização da experiência na reencarnação e o imenso significado de cada momento existencial. Desse modo, convidemos a todos o aprendizado pelo amor, à reflexão e ao labor da caridade fraternal com que se enriquecerão, preparando-se para a libertação inevitável pela desencarnação, quando ocorrer.
Louvar e agradecer ao Senhor do Universo pela glória da vida que nos é concedida e suplicar-Lhe auxílio para sermos fiéis aos postulados do pensamento de Jesus, nosso Mestre e Guia, constituem deveres nossos em todos os momentos.
Entretanto, todos os trabalhadores do bem devem atentar para o fato de que experimentarão o aguilhão da dificuldade, sofrerão o apodo e a incompreensão desenfreada que têm sido preservados pela invigilância dos que nada contribuem.
Todos serão chamados ao sacrifício, de alguma forma, a fim de demonstrarem a excelência dos conteúdos evangélicos, considerando-se, por um lado, as injunções pessoais que exigem reparação e, por outro, a fidelidade que pede confirmação pelo exemplo.
Que se não estranhem as dificuldades que se apresentam inesperadamente, causando, não poucas vezes, surpresa e angústia. Por isso, o refúgio da razão apresenta-se o lugar seguro para reabastecer as forças e seguir com alegria.
As entidades que se comprazem na volúpia da vampirização das energias dos encarnados distraídos e insensatos, voltam-se contra os emissários de Jesus onde se encontrem, gerando conflitos em sua volta e agredindo-os com ferocidade. O trabalhador do Mestre, por sua vez, deve voltar-se para a alegria do serviço, agradecendo aos Céus a oportunidade auto iluminativa, sem que nisso ocorra qualquer expressão de masoquismo. Aliás, constitui-nos uma honra qualquer sofrimento por amor ao ideal da verdade, à construção do mundo novo.
Que o discernimento superior possa assinalar-nos a todos, e que os mais valiosos recursos que se possuam sejam colocados à disposição do Senhor da Vinha que segue à frente.”
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Dr. Bezerra de Menezes (espírito) em Amanhecer de uma nova era, de Manoel Philomeno de Miranda (espírito), psicografia de Divaldo Franco.
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FORMATAÇÃO E PESQUISA: MILTER - 14-04-2013

Quando nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos, busca-me -: “Eu sou Aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas!”
Quando se te extinguir o ânimo para arrastares as vicissitudes da vida e te achares na eminência de desfalecer, chama-me -: Eu sou a Força capaz de remover-te as pedras do caminho e sobrepor-te as adversidades do mundo!
Quando te faltar a calma, nos momentos de maior aflição e te considerares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-me -: “Eu sou a Paciência que te faz vencer os transes mais dolorosos e triunfar nas situações mais difíceis!”
Quando o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que ninguém pode inspirar-te confiança, vem a Mim -: “Eu sou a Sinceridade, que sabe corresponder a franqueza de suas atitudes e excelsitudes de teus ideais!
Quando um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela por Mim -: “Eu sou a Esperança, que te robustece a fé e te acalenta os sonhos!”
Quando duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções e o ceticismo te avassalar a alma, recorre a Mim -: “Eu sou a Crença, que te inunda de luz e entendimento e te habilita para a conquista da felicidade!”
Quando te julgares incompreendido dos que te circundam e vires que em torno há indiferença: acerca-te de Mim -: “Eu sou a Luz, sob cujos raios se aclaram a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos!”
Quando inclemente te açoitarem os vendavais da sorte e já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de Mim -: “Eu sou o Refúgio em cujo seio encontrará guarida para teu corpo e tranquilidade para teu espírito!”
Quando te debateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos, grita por Mim -: “Eu sou o Bálsamo que cicatriza as chagas e te minora os padecimentos!”
Quando a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te causar aborrecimento, chama por Mim -: “Eu sou a Alegria que insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos do teu mundo inferior!”
Quando a impiedade recusar-se a revelar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-me -: “Eu sou o Perdão, que te levanta o animo e promove a reabilitação do teu espírito!”
Quando já não provares a sublimidade de uma afeição terna e sincera e te desiludires do sentimento do teu semelhante, aproxima-te de Mim -: “Eu sou a Renúncia, que te ensina a olvidar ingratidão dos homens e a esquecer da incompreensão do mundo!”
E quando, enfim, quiseres saber quem sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, a flor que desabrocha e a estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda. Chamo-me Amor, o remédio para todos os males que te atormentam o Espírito!
Eu sou Jesus!
Fonte: Autor Desconhecido
As Três Bandeiras do Espiritismo

Aprendizes do Espiritismo, recebemos três diretrizes, verdadeiros fundamentos para a nossa vida: “Trabalho, solidariedade e tolerância”; reforma íntima e “fora da caridade não há salvação”.
A visão espírita do trabalho ultrapassa de largo o exercício de uma profissão. O trabalho é uma lei moral, tem a ver com o ensino de Jesus: “Meu Pai trabalha sempre!”. Portanto, trabalhar é uma permanência, uma indispensabilidade, uma decorrência de nossa condição humana. Tudo trabalha em a natureza. Mas o trabalho do homem é mais que automatismo. Semear, cuidar, compartilhar, criar, servir, são alguns verbos associados ao nosso conceito de trabalho. Mesmos idosos ou doentes, podemos trabalhar com a mente, o coração vibrando de amor, ternura e paz.
O ser solidário antepõe-se ao ser solitário. Não se trata de um jogo de palavras. Na verdade nossa humanidade está muito cheia de solitários. Os famintos, os excluídos de toda ordem, que não têm atenção, carinho, respeito, compreensão. Tanto no plano espiritual quanto entre as nações, é ainda muito recente o conceito de apoio mútuo, de interdependência. Tais solidões geram dor, sofrimento, iniquidades. O mundo está cansado de sofrer. Necessita de nova economia, nova gestão de recursos naturais, renovada preocupação com o meio ambiente e, sobretudo, nova leitura a respeito das relações humanas.
Tolerar é aceitar e conviver com as diferenças. Ainda bem que há diferenças! A riqueza da criação está justamente nas coisas distintas, nas escolhas diversas. Como se fosse um caleidoscópio, ajustadas e aceitas as partes, o todo se renova e provoca novas e desafiadoras surpresas a cada momento. O outro é legítimo, preciso aceitar isso a priori, a fim de que, juntos, possamos construir uma realidade mais bela e melhor. Naturalmente implica em abdicar de posições próprias definitivas e excludentes. Mas esse é o exercício do cidadão espírita universal.
No entanto, como ser solidário, aceitas diferenças e entender o trabalho como um dever moral se mantivermos os mesmos padrões do homem velho, hostil, maledicente, egoísta? É aí que a segunda bandeira, bússola comportamental, a reforma íntima, entra em ação em nós. Renovação! Novos hábitos físicos, mentais, espirituais. Oração, vigilância, disciplina, todo dia, toda hora, pensamento a pensamento, palavra a palavra, atitude a atitude. Desafio em que o velho homem das cavernas continua firme, um pouco escondido pela educação aparente, mas firme e forte, dentro de nós. Qualquer invigilância ele retorna num comentário mais ferino, num deboche azedo, na velha preguiça, na paixão sem controle.
A melhor ferramenta da reforma íntima é a caridade, conforme aprendemos na questão 886 de O Livro dos Espíritos. Há três palavras-chave da caridade: benevolência, indulgência e perdão. Para que haja caridade temos que querer o bem do próximo, adoçarmo-nos internamente e oferecer a ele o melhor de nós mesmos. Estes são os sentidos de bene + forma derivada do verbo latino volo: trata-se de uma força íntima que nos faz querer bem ao outro, independente de quem o outro seja; de indulgência, forma latina para apreço, concordância; e do latim per, que significa complemente + forma do verbo latino dono, que significa dar, dar de presente, perdoar.
A caridade, portanto, é de ordem moral. Trata-se de uma visão salvadora de dentro para fora do ser, ao contrário de outras visões de salvação, de fora para dentro da criatura. A caridade, enquanto não se torna espontânea, natural em nós, exige esforço. Os espíritos superiores vivem em estado de caridade. Nós exercitamos a caridade ainda ocasionalmente. Dia virá, no entanto, que nosso comportamento usual será verdadeiramente caritativo. Aí poderemos dizer, parafraseando Paulo “… já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim”. (Gálatas 2,20).
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Cesar Reis
Revista Cultura Espírita – nº 33 – página: 11 – dezembros / 2011
ICEB (Instituto de Cultura Espírita do Brasil / Rio de Janeiro)